"PRECISAMOS FAZER COM QUE HAJA EXPANSÃO SEM HAVER POLUIÇÃO”, DIZ EMPRESÁRIO NA CIC CAXIAS
A importância do empresário Edemir Giácomo Zatti, de 86 anos, para o desenvolvimento de Caxias do Sul e região foi evidenciada com uma calorosa e longa salva de palmas de gestores, administradores e políticos presentes na reunião-almoço da CIC, desta segunda-feira (6). A reverência foi destinada à história de Zatti, contada por ele próprio que, mesmo se recuperando de quatro meses de internação hospitalar, transmitiu seus saberes ao público com clareza e atenção.
“Se tivesse que fazer tudo novamente, eu faria”, declarou com firmeza o empresário Edemir Giácomo Zatti, de 86 anos, durante sua palestra na reunião-almoço (RA) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) desta segunda-feira (6). O evento, dentro da série "Histórias Inspiradoras", teve como tema "Relatos de quem participou do desenvolvimento de Caxias do Sul".
Edemir Zatti, figura icônica no cenário empresarial e comunitário de Caxias e Região, relatou suas experiências e visões ao longo de uma vida dedicada ao progresso e à transformação de Caxias do Sul. O empresário ressaltou, em particular, sua atuação na CIC Caxias, onde desempenhou um papel crucial como protagonista da fusão entre a Associação Comercial e Industrial (ACI), entidade a qual presidia, e o Centro da Indústria Fabril, presidido por Paulo Bellini, em 1973. Esse evento representou um marco na história da entidade, unindo forças para fortalecer o empresariado local e contribuir para o desenvolvimento econômico da cidade. Ainda na década de 70, teve participação decisiva na construção do prédio que abriga a entidade até hoje.
Além disso, Edemir Zatti apresentou suas contribuições em outras áreas fundamentais para o crescimento de Caxias do Sul, incluindo sua liderança por mais de 40 anos à frente do Sindimadeira RS, ocupando o cargo de presidente em três períodos diferentes, seu envolvimento na compra do terreno onde atualmente se localizam os Pavilhões da Festa da Uva, seu apoio à manutenção da Universidade de Caxias do Sul e seu engajamento na construção da sede administrativa do Recreio da Juventude.
Ilustrou como a dedicação ao trabalho, a visão empreendedora e a atuação nas entidades podem impactar positivamente uma comunidade. Formado em Contábeis pelo La Salle Carmo e em Administração pela Faculdade de Ciências Econômicas, Edemir Zatti foi diretor da Madezatti no período de 1970 a 1982, que se notabilizou pela comercialização das primeiras casas pré-fabricadas para mutuários do Sistema Financeiro da Habitação, por meio do Banco Nacional da Habitação (BNH).
Paralelamente, com o crescimento do País na década de 70, conhecido como "milagre econômico, a Madezatti vendia e era contratada por grandes empreiteiras para montar os canteiros de obras das pequenas, médias e grandes hidrelétricas, consolidando seu legado como um dos pilares do desenvolvimento industrial de Caxias do Sul.
Se a cidade de hoje tem a mão do empresário em diversos pilares do desenvolvimento local, para a Caxias do futuro, ele tem expectativa por um crescimento pela via da sustentabilidade. Observa, ainda, que o grafeno e outras pesquisas científicas “vão tornar Caxias uma cidade de referência para o Brasil todo”.
“A expansão de Caxias foi muito rápida, o que ela está precisando é acomodar um pouco, e encontrar um modo de desenvolvimento sustentável. Ou seja, (uma maneira) dela poder ampliar suas atividades sem prejudicar, de uma maneira geral, o que nós temos ainda de um bom ar para respirar. Precisamos fazer com que haja uma expansão sem haver poluição”, destacou Zatti.
Empreendimentos em construção, como o Porto Meridional no Litoral Norte, em Arroio do Sal, e o Aeroporto Regional da Serra Gaúcha, em Vila Oliva, animam o experiente administrador. Zatti atenta que o futuro porto será crucial para o setor madeireiro, uma vez que hoje, segundo ele, é necessário atravessar o Estado gaúcho para fazer uma exportação.
“E o aeroporto [regional da Serra Gaúcha], sem dúvida, vai contribuir para a expansão do envio, para o mundo todo, de produtos de menor peso quantitativo, como frutas. Além da facilidade com que virão nossos visitantes, que poderão, aqui, desfrutar e fazer negócios usando o aeroporto. Queira Deus que eu consiga vê-lo funcionando”, finalizou.
Casado, pai de quatro filhos - que lhe deram seis netos e uma bisneta - Edemir Zatti, mesmo se recuperando de quatro meses de internação hospitalar, mantém a jovialidade de quem nunca deixa de acreditar na importância do associativismo na solução de problemas comuns e do trabalho comunitário. “Não podemos nos isolar”, concluiu.
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