Durante sua participação no Fórum de Competitividade, realizado em Passo Fundo na quinta-feira (26), o governador Eduardo Leite voltou a defender a concessão do bloco 2 de rodovias estaduais. O edital do projeto, que prevê melhorias significativas na malha viária gaúcha, deve ser lançado em julho. A proposta ganhou apoio importante do setor produtivo com a manifestação favorável de Nei Manica, presidente da Cotrijal — uma das maiores cooperativas agroindustriais do Estado.
Segundo Manica, é preciso superar resistências que impedem o avanço da infraestrutura no Rio Grande do Sul. “Tem muita gente de plantão que não pensa no futuro do Rio Grande, que fica fazendo narrativa e pensando só no momento. Nosso vizinho Paraná tem 40% de rodovias concedidas para viabilizar duplicação, enquanto o RS tem 4%. E tem gente que levanta bandeira contra o bloco 2. Temos que enfrentar essa lei do atraso”, declarou o líder cooperativista, que tem forte influência política, inclusive junto à Assembleia Legislativa.
Diante das críticas e pressões recebidas de prefeitos do Vale do Taquari e da região Norte, o governador anunciou alterações no projeto: haverá uma redução de cerca de 30% nas duplicações previstas e um aporte estadual adicional de R$ 200 milhões para reduzir o valor dos pedágios. Também foi confirmada a instalação do sistema de cobrança proporcional free flow, com pórticos inteligentes que medem a distância percorrida.
Apesar das concessões feitas ao projeto original, Leite reforçou que a iniciativa é essencial para destravar investimentos e ampliar a capacidade de execução do Estado. “O Estado sozinho não tem capacidade de fazer tudo. Só o trevo da Caravela e Santa Marta custa R$ 150 milhões, o que era, até pouco tempo, todo o orçamento anual do Daer. Com a concessão, teremos mais de R$ 5 bilhões em obras nos primeiros 10 anos”, destacou.
O governador esteve acompanhado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, que também palestrou no evento. Polo é cotado como possível vice de Gabriel Souza ao governo do Estado em 2026.
No encerramento de sua fala, Leite aproveitou para responder às críticas recebidas recentemente, incluindo as relacionadas ao suposto apoio financeiro à Portela e à condução das ações frente às enchentes. “O que mais me preocupa são aqueles que fazem agora discursos de que nada presta, de que nada foi feito. Se não forem capazes de reconhecer a evolução dessa jornada, também não serão capazes de manter o que foi bem encaminhado e nem de corrigir o que precisa melhorar. Não podemos cair em delírios ou promessas vãs. Temos que manter o passo firme nas transformações que estão mudando a realidade do nosso Estado”, concluiu.
Saiba Mais