Na última reunião-almoço (RA) do ano, realizada nesta segunda-feira (4), a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) dedicou a pauta para os cenários econômicos mundial e nacional, com enfoque na economia local. O palestrante, o economista Tarciano Mélo Cardoso, membro da Diretoria de Planejamento, Economia e Estatística da entidade, revelou que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Caxias do Sul é entre 4% e 5% em 2023. Para o Rio Grande do Sul, esta mesma projeção é de um crescimento de 2,5% e para o Brasil, de 2,8%.
Segundo Tarciano, a economia de Caxias do Sul apresenta uma dinâmica peculiar quando comparada ao panorama nacional. Enquanto o país se concentra em uma balança comercial voltada para o agronegócio, o município direciona o foco para investimentos internos e produção industrial. Neste contexto, a cidade não se destaca como provedora de capital fixo, mas sim, como uma investidora interna, desenvolvendo produtos que fortalecem a indústria local.
Cardoso destacou que diferentemente do ambiente nacional, que é fortemente voltado para o agronegócio, especialmente à exportação de matérias-primas como grãos, Caxias do Sul se destaca por suas exportações industriais. A expectativa para as exportações caxienses gira em torno de 750 milhões a 800 milhões de dólares no ano, evidenciando a importância do setor industrial para a economia local.
Ainda segundo ele, os próximos períodos são muito importantes para a economia caxiense, enfatizando que projetos de infraestrutura de escala nacional são esperados para impulsionar investimentos e fortalecer a indústria local. Contudo, alertou que tudo está sujeito às incertezas que permeiam o primeiro trimestre do próximo ano. Qualquer sinal de insegurança nesse período pode resultar em uma retração nos investimentos, introduzindo riscos significativos para o futuro econômico da região.
Quanto às incertezas enfrentadas pelo ambiente empresarial, Cardoso abordou questões como o custo logístico, a reforma tributária e os entraves que impedem a competitividade, destacando os gargalos que podem impactar a economia. Ele também falou sobre a preocupação do empresariado com questões como insegurança jurídica e do próprio mercado. “O meio empresarial está dentro das associações de classe tentando trabalhar junto a deputados e senadores uma forma de trazer alento para qualquer risco ou mudança na regra do jogo que podem restringir investimentos”, frisou.
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